Memórias agora distantes

11 06 2016

Nas manhãs frias deste junho de 2016, posso fingir que estou em San Pedro ou no Ushuaia. Acabo de saber que amigos vão para a Patagônia e só isso me fez sentir uma saudade imensa do vento

esquina de san pedro sob a luz da manhã

Ruas de San Pedro amanhecem





Tudo por causa dos tamales

21 11 2010

No tempo em que existia o canal People&Arts, havia um interprograma que abriu meu coração para as viagens: Postais Marco Polo. Um deles trazia aquela flauta andina que nos fazia chorar nos anos 60/70 do século passado. As imagens mostravam uma estrada também andina, e chegava-se a uma grande panela, sobre um fogo de chão, na beira da estrada, na qual fervia um misterioso ensopado. Eu podia sentir o cheiro. Ao lado da panela, uma senhora andina preparava folhas de palha de milho, como fazemos aqui com as pamonhas. Nelas colocava porções do ensopado, amarrava bem e mergulhava em outra panela de molhos amarelo ouro. O zoom permitia então que se situasse esta chef em um cenário branco, terracota e azul, de casas baixas e acolhedoras, enquanto um lettering cobria a última cena: Quebrada de Humahuaca – Patrimônio da Humanidade. Nesse dia jurei que comeria essa “pamonha” andina nessa quebrada. Depois da invenção do Google, descobri que aquela trouxinha de palha de milho era um tamale. Comer um tamale em Humahuaca, foi a meta da viagem ao deserto e da travessia das Altas Montanhas do Chile para a Argentina. No dia 16 de fevereiro de 2009, às 13h16, comi meu místico tamale em uma cantina típica, numa tarde quente, em Humahuaca.





A água fervente congela ao tocar o solo.

3 11 2009

geisers del tatio e o grupo





Em busca dos tamales

3 11 2009

11 maio

Eram 3 horas da manhã e já estávamos na porta do hotel. As lâmpadas de San Pedro me lembram as da minha infância. Suaves, suficientes. Desta vez teríamos um motorista, além do guia Alex, e viajaríamos em um micro-ônibus. Há muitos anos não via a madrugada. Na rua, esperando a partida, respirei fundo o ar frio andando até a esquina, sozinha, no silêncio terracota sob o imenso céu estrelado. San  Pedro dormia e eu faria o teste das alturas. A 4.700 metros, tomaria meu banho mais alto, no aconchego da cordilheira a 14 graus negativos, numa pequena lagoa de água a 38 graus, 10 minutos após a explosão dos geisers Del Tatio, exatamente às 6 horas da manhã. Cheguei lá de passitos, de braços com Alex, porque o mundo girava. Na beira da água, tira-se todo agasalho, mergulha-se e pode até ser uma boa hora para morrer. Dez minutos, o suficiente para os óculos transparentes se tornarem leitosos, sensíveis ao enxofre das águas da mãe terra.

 

Básico:

Roupa de banho/underwear/parca térmica ou anorak/luvas/gorro/gola/óculos de sol/meias quentes/sandália havaiana e toalha na mochila.

 

Saúde:

Tomar cocamate antes de sair do hotel e levar uma garrafa do chá na mochila.

Não tomar café, nem medicamentos com cafeína.

Levar analgésicos de paracetamol/ bomba de oxigênio





Você pode

12 07 2009

Toda pessoa pode viver momentos de aventura, ir a lugares extremos, conhecer culturas que não estão na mídia, descobrir seus próprios potenciais. Não importa a idade. Basta querer e se preparar. Criei este blog para compartilhar com pessoas de mais de 50 anos, as minhas experiências em viagens. Mas acho que os mais novos também podem encontrar dicas interessantes e criar seus próprios roteiros.

Eu a 5 mil metros de altura, geisers Del Tatio, Chile. 2009

Eu a 5 mil metros de altura, menos 14 graus, 6 horas da manhã, nos geisers Del Tatio, Atacama, Chile. 2009